sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Referência bibliográfica:

CMMAD - Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nosso FuturoComum. 2. ed. Rio de Janeiro: Ed. da Fundação Getúlio Vargas, 1991 XVIII, 430p.
Resenha da Parte 3. Páginas 184 a 289.
Conteúdo da Resenha:

É como já diz o velho ditado: quem poupa tem! Lamentável, porém é que como ocorre com muitos outros bens, a nossa tão preciosa e necessária “energia” não é inesgotável. Nosso futuro depende dela em quantidades cada vez maiores e de fontes segurasm, confiáveis e adequadas ao meio ambiente. Foge a nossa imaginação tentarmos viver sem ela. No entanto, ainda mais lamentável é que a comunidade internacional não encare esse dilema de uma perspectiva global e nem tão pouco expresse a consciência da urgência com que deveria ser tratado. O que temos visto é que diversos países têm desperdiçado grande quantidade de energia pela falta de planejamento ou mesmo no funcionamento ineficiente de equipamentos usados para converter a energia nos serviços necessários.
Nossa abordagem deste assunto não deve passar despercebida porque está afetando ou afetará ainda mais a cada um de nós, isto se dá porque os riscos e incertezas ambientais resultantes de um consumo elevado de energia tem se refletido: na alteração climática devido ao “efeito estufa” de gases emitidos na atmosfera, na poluição do ar urbano pelas indústrias devido a poluentes atmosféricos gerados pela queima de combustíveis fósseis, na acidificação do meio ambiente, no risco de acidentes em reatores nucleares, nos perigos da contaminação associados ao uso da energia nuclear, e isto só para citar alguns dos problemas para os quais não se pode fechar os olhos.
A qualidade de nosso futuro depende de um menor consumo de energia e de um maior investimento no desenvolvimento e na oferta de equipamentos de uso final de elevado rendimento e poupadores de combustível e tudo isso é bem diferente de nossa realidade que se focaliza de forma míope na obtenção de mais fontes supridoras de energia primária.
E tudo isto nos faz perguntar sobre qual é o grau de certeza na seriedade do problema que os governos precisarão para concordar em tomar providências. Por acreditar que nem tudo é tão mau quanto dizem e por isso esperarem até que significativas alterações climáticas fiquem patentes pode tornar tardias quaisquer medidas de contenção de um problema que terá proporções globais. E já que o problema é global, nenhuma nação dispõe do poder político ou econômico para combater sozinha a alteração climática. É necessário um esforço conjunto. Os governos podem estabelecer e fazer cumprir metas e objetivos de qualidade do ar, níveis aceitáveis de descarga de poluentes na atmosfera e critérios e padrões de emissão, como alguns já fazem com sucesso.
Em suma, a melhor maneira de se chegar a um futuro sustentável é o consumo de menos energia o que não quer dizer uma escassez de serviços energéticos essenciais, e para tanto novas dimensões de empenho político e cooperação institucional serão necessárias. E assim a sabedoria popular expressa num velho ditado fará toda a diferença: quem poupa tem!
Matéria Jornalística:
Resumo

O mundo vive nova crise energética e, na busca de uma solução, acaba gerando uma crise alimentar devido à introdução de culturas voltadas à produção de biocombustiveis e o agravamento do aquecimento global, devido aos métodos industriais empregados na fabricação do produto.
No Brasil a utilização de grandes extensões de terra para a monocultura com a única preocupação de transformar o Brasil em grande exportador de combustíveis tem sido alvo de severas críticas internacionais. O correto seria adotar um modelo baseado na agroecologia e na diversificação da produção, orientado pelo modelo de Desenvolvimento Sustentável, que fortaleça a agricultura familiar e o desenvolvimento regional.
É necessário considerar uma profunda transformação nos padrões atuais de produção/consumo, no estilo de vida, no conceito de “desenvolvimento” vigente e na própria organização de nossa sociedade, ou seja, uma revisão necessária das políticas públicas.

Análise Crítica

O artigo de Mauricio Novaes Souza foi muito feliz em destacar que a tentativa de solução de um problema, tem, na verdade, causado outro. O autor mostra por meio de dados muito bem fundamentados que o problema da crise energética não se resolverá por meio dos biocombustiveis. Ele desmascara a abordagem costumeira de se mostrar essa alternativa de combustíveis como a grande solução do planeta. Defende que a doença (crise energética) não pode ser curada pelos sintomas (alternativas de combustíveis), mas deve-se voltar à causa da mesma (o consumismo). O artigo destrói ilusões, mas leva a refletir sobre a construção de uma nova realidade. O segredo para sempre ter é gastar de forma moderada os recursos disponíveis. Convergindo com o que foi postado na resenha: Quem poupa, tem!

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